domingo, 5 de agosto de 2012

Meu primeiro acerto!

Conheci Renata em 2002, logo após minha chegada à Maceió, eu tinha 16 anos, cursava o segundo ano do ensino médio e, se hoje ainda não conheço, naquela época conhecia quase nada sobre as mulheres. Morávamos no mesmo bairro, praticamente na mesma rua, e nosso primeiro contato veio com os jogos de vôlei que aconteciam quase que todos os dias em frente a seu prédio e que reunia uma galera muito boa da nossa idade. Eu era apenas 1 ano mais velho, nunca fui bonito, mas meus 1,80m chamavam atenção. Aos poucos eu fui sendo dominado pelos olhos castanhos dela, o cabelo sempre preso, preto, 1,70m, e além de linda, era extremamente educada. Todos os dias inventava desculpas pra sair de casa apenas pra passar na rua dela nem que fosse pra vê-la por alguns segundos e ir embora. Não demorou muito pra todos perceberem que a recíproca era verdadeira, começamos a conversar praticamente todas as noites na calçada, eu com meu violão, ela, com o olhar e o perfume. Tive de disputá-la com um "amigo", quem também despertou interesse nela, e que, mesmo sabendo que estava atrapalhando, todas as noites, também levava seu violão, e os dois apaixonados pela mesma mulher tentávamos ganhar a atenção dela. Era uma "batalha de trovadores", eu cantava uma, ele outra, e assim por diante, era estranho e engraçado, mas também não demorou muito pra que ela demonstrasse por quem ela estaria interessada, por mim! Não me recordo muito bem como nosso primeiro beijo aconteceu, mas lembro que especial, tanto que depois de três dias, resolvi pedi-la em namoro. Eu tremia, suava, gaguejava mas fiz o pedido, da forma mais simples e objetiva, na mesma calçada em que sempre nos encontrávamos: - "Renata", quer namorar comigo? Graças a Deus a resposta foi imediata e sem cerimônias, um discreto "sim", mas um sorriso enorme dos dois refletia a alegria de nós dois. Agora, eu tinha oficialmente, uma NAMORADA, a primeira (nunca se esquece), a única que me faria feliz pro resto da vida! Passadas duas semanas, e depois de apresentá-la a minha família e amigos, resolvi chamar Renata pra ir ao shopping comigo e minha mãe, era uma terça feira a tarde, umas 14h e um sol escaldante em Maceió, um dia normal mas que não mais o seria. Ao ligar, Renata me disse três palavras que eu nunca mais iria esquecer e que a partir daí, seriam palavras de alerta que até hoje deixam qualquer pessoa nervosa ao ouvi-las. Foi a primeira vez que uma namorada me disse: - Nós precisamos conversar! Sem saber do que se tratava, mas preocupado, corri pra casa dela e assim que cheguei não era ela quem estava lá, não naquele corpo, não naquele rosto, a fisionomia dela havia se transformado, um tom arrogante de falar que eu não a reconheci. Foram meus primeiros contatos com as desculpas mais ridículas que o ser humano foi capaz de criar mas que ainda iriam me acompanhar em outros tempos. "Não é com você, é comigo", "não sei o que aconteceu, mas não tá dando certo", "a culpa não é sua", "PRECISO DE UM TEMPO". 1 minuto de silêncio. Eu digeri as palavras dela, e pelo olhar e tom da voz, nada que eu falasse naquele momento faria ela mudar de opinião, então, só me restava respeitar a decisão. Por mais que eu quisesse chorar, pedir pra voltar, prometer qualquer coisa, e até mesmo pedir desculpas por não ter sido bom o suficiente pra manter nosso relacionamento, há uma coisa dentro de mim muito maior que tudo isso, e que algumas pessoas chamam de "ORGULHO", mas prefiro chamar de "AMOR PRÓPRIO", então, guardei todos os milhões de sentimentos e sensações que eu gostaria de colocar pra fora e tranquei dentro de mim, sem expor nada, e, fingindo ser forte, me levantei e fui embora. Passei a evitá-la! Sabia que ainda estava completamente apaixonado e manter contato me machucaria. Meu "AMOR PRÓPRIO" ou "ORGULHO", como queiram, falou mais alto, e segui minha vida. As vezes chorava a noite antes de dormir, me pegava pensando, mas logo lembrava daquelas palavras: "PRECISO DE UM TEMPO", então voltava à realidade e e tentava não mais pensar. Aos poucos fui esquecendo, deixando de lado, e já nem sentia falta. Já tinha se passado uns 6 meses sem contato, sem ligações, mensagens, nem mesmo um olhar na rua, e foi aí que Renata resolveu reaparecer na minha vida. Começaram os recados através de amigos dizendo que ela sentia saudade, que se arrependia de tudo, que foi um erro e que precisava conversar comigo de qualquer jeito. Eu, educado como sempre fui, resolvi ter essa conversa, afinal, eu precisava ficar frente a frente e saber se ainda sentia alguma coisa. Conversamos a noite, na mesma calçada de sempre e pra minha sorte, não senti nada. Era como se eu tivesse conversando com uma amiga, ela continuava linda, mas não me fazia mais suspirar apenas por estar ao lado dela. Ouvi da boca dela o pedido pra voltar o namoro, mas fui educado e direto ao dizer, NÃO! Nunca foi minha intenção "dar o troco", não sou adepto a vinganças, apenas, não havia mais o mesmo sentimento de antes! Daí em diante, Renata passou anos me procurando, tentando uma reaproximação e até chegamos a ficar uma vez, depois de uns três anos do término do namoro, mas nada que pudesse mudar o que já não havia mais! Hoje, sei que Renata mora em outro Estado, casou-se, e está bem feliz. Continuo tendo um carinho enorme por ela, minha primeira namorada, minhas primeiras alegrias e decepções! Se tomei a decisão correta nunca vou saber, mas sei que a vida sempre continua e as pessoas não vivem eternamente em função de você! Meu primeiro relato, minha primeira namorada, meu primeiro acerto! PS: Renata é um Pseudônimo!

3 comentários:

Laura disse...

Fala de mim um dia vaaaiii, custa naada!! :D

Te amoooo :*

Rafael Novais disse...

Vou abrir uma exceção pra vc Laurinha, mas vai ser o último post mas o mais especial. Você é mais que qualquer outra namorada, você é minha melhor amiga e merece!!! Te amo!

Laura disse...

chorei :(

TE AMOOOO, VEM LOOOOOOOOOOOOOOGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO